É possível evitar o consumo excessivo e fazer com que eles percam a sua indicação inicial.
Na verdade, a medicina como está atualmente sendo praticada, está se baseando na medicalização do atendimento e não na educação do paciente.
É infinitamente mais fácil medicar do que ensinar ou explicar. Acontece, que esta fato está tomando proporções gigantescas e estamos caminhando para uma era em que obedecer protocolos é a ordem geral.
O “feeling”, o exame cuidadoso, o diálogo com o paciente na tentativa de que juntos, resolvamos o quebra-cabeças de sintomas e cheguemos aos porquês de cada condição ou doença, tudo isso está sendo deixado de lado e o nível do atendimento obviamente vai deixando a desejar.
Diagnóstico de causa = cura, pois assim, conseguimos entender, junto com o paciente, o que realmente está acontecendo por detrás de todas as apresentações clínicas.
É muito importante nos preocuparmos em reduzir a prescrição excessiva de medicamentos. Estamos aumentando as doses dos medicamentos prescritos ou associando outros, quando não conseguimos chegar aos “resultados-alvo”ditado pelos protocolos; entretanto e mesmo assim, estamos apenas cultivando pacientes cada vez mais doentes e remediados, se pararmos para pensar...
A busca por soluções rápidas para problemas de saúde, tais como depressão, ansiedade, dor de cabeça, dor muscular, obesidade, problemas gastrointestinais, falta de sono, gripes, resfriados, entre outros… levam as pessoas a procurarem recursos médicos e nós, por outro lado, continuamos dando corda ao sistema, “resolvendo”ao menos temporariamente a queixa, mas não o problema.
Dor de estômago ou sintomas de refluxo = omeprazol. Obesidade = liraglutida ou semaglutida. Cefaléia = dipirona. Insönia = zolpidem ou qualquer benzodiazepínico. Falta de energia = cafeína ou energéticos.
Enquanto isso, as doenças neurodegenerativas, demenciação, diabetes, cänceres, stress e acidentes secundários ao mesmo se tornaram epidemia, bem ao lado das doenças cardiovasculares, que apesar de termos o colesterol LDL bem dentro do protocolo (< 50), não deixaram de existir e até mesmo de aumentar.
A BUSCA PELO O QUE É “FACIL”.
A medicina não é fácil e não pode ser protocolada. Estamos nos deixando envolver pelos mesmos, sem percebermos, robotizados.
Prescrever meditação, caminhada, sono de qualidade e pelo tempo necessário, exercícios e alimentação do tipo COMBUSTÍVEL ÚTIL deveria ser a ordem geral e a FALTA DE ALTERNATIVA, a nossa medicina atual!
Ter consciência de que sua saúde é resultado das suas escolhas diárias é fundamental, como também é fundamental o conhecimento de que sim, é possível reverter uma hipertensão, um diabetes e impedir o aparecimento dos cânceres, mesmo com oncogenes positivos.
Desculpem o desabafo, mas se há alguém que pensa
um pouco ou algo parecido comigo, vai me entender!!!
E, como sempre, um beijo, e que toque o coração de nós profissionais e dos nossos queridos pacientes.
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